CAPÍTULO-I: Uma Decisão Dolorosa
_ Madalena! Madalena!
Depois das bailadas naquela Sexta-feira em que o sr. António recebeu o seu salário entrou na sua casa aos gritos; trazia consigo umas pipocas e bolachas e os seus bolsos já estavam vazios.
Madalena levantou-se furiosa e cansada da situação, neste dia ela decidiu reagir:
_ Madalena: António, as crianças dormiram com fome e tu voltas a casa todo embriagado e com essas pobres pipocas e bolachinhas! Quem encherá a barriga com essas misérias?
_ António: Mais respeito Madalena, eu sou homem nesta casa.
_ Madalena: Homem? Achas que isso é ser homem? Ser homem não é só encher a boca e falar! Não sei onde eu estava com a cabeça quando me juntei a ti.
_ António: Agora chega! Carrega as tuas trochas e saia desta casa! Vamos ver se encontrarás algum homem que queira casar uma mulher como tu?
A Madalena já estava mesmo cansada, naquela mesma noite carregou os seus pertences e levou os seus dois filhos, Gabriela de 13 anos e Marcelo de 10 anos.
Os anos foram se passando, o António continuava o mesmo, sem responsabilidade, e não dava assistência aos filhos.
Madalena, mulher forte, envidava esforços para cuidar dos filhos, e o que ela mais queria era que os filhos tivessem sucesso nos seus estudos.
A sua filha mais velha, a Gabriela era uma menina muito doce apesar da sua história familiar, a inteligência era a marca que ela deixava por onde passava; cinco anos se passaram, ela conseguiu ingressar na Faculdade para fazer o curso dos seus sonhos, "Direito". Foi um grande orgulho para sua mãe e seu grande consolo, claro.
A Gabriela passou a conhecer uma nova dinâmica de vida, e pôde perceber que a vida não se resumia na mediocridade que ela sempre viveu no seu bairro humilde.
Aos 18 anos ela estava a fazer o seu primeiro ano; novas amizades a cercavam, dentre as quais havia filhos de Ministros, Deputados, gente da elite. Era uma experiência nova para ela, e parece que todo mundo se engraçava com ela pela sua doçura e jeito manso de ser.
A sua mãe continuamente a aconselhava dizendo: filha, não perca carácter, pois é a coisa mais preciosa que você sempre teve.
E ela sempre dizia: mãe, não se preocupe, eu sou aquela sua filha de sempre; apenas estou conhecendo um outro mundo que jamais imaginei que existisse. Mas eu sou a mesma.
Madalena se consolava nestas palavras da sua filha, pois ela sempre a obedecia.
Os seus colegas a convidavam sempre para as suas saídas, e uma dessas vezes a Gabriela decidiu aceitar; era tudo novo para ela e um dos seus colegas, o Gérson, tendo se apercebido ficou do lado dela naquele restaurante onde só ia gente da elite e, para deixar a Gabriela mais a vontade ele disse num tom de brincadeira:
Eu vou usar as minhas próprias mãos para comer esta pizza bem apetitosa; Gabriela, não me queres acompanhar?
_ Gabriela: Eu...eu...
Enquanto Gabriela tentava falar o Gérson, com a sua mão tapou a sua boca e olhando para os seus olhos disse:
_ Por favor, acompanha-me; não quero ficar estranho nesta mesa diante dos colegas.
Gabriela, para não fazer feio disse: Eu aceito acompanhar-te...
Mas o Gérson sabia muito bem que tinha feito um grande favor para ela, e fez a questão de separar as taças postas na mesa, para que a sua colega amiga não confundisse, e ele mesmo a serviu sumo.
Foram gargalhadas e gargalhadas naquela mesa, a Gabriela era a única que menos falava no meio de 10 colegas, 5 raparigas e 5 rapazes.
Quase todos tinham carros próprios. No fim o Gérson falou no ouvido da Gabriela:
_ Permita-me deixar-te em casa!
Gabriela não exitou em aceitar, pois ele era o colega com quem ela se sentia mais a vontade.
Saíram todos do restaurante; Gérson abriu a porta do carro para a Gabriela, e os outros colegas aperceberam-se da tamanha atenção que Gérson dava a Gaby, entao diziam:
_ Hei, Gérson, cuida bem da nossa colega!
Gabriela entrou no carro, o Gérson também; e esta explicou onde ficava a sua casa e assim seguiram.
Gérson disse:
_ Fala-me mais de ti Gaby...
Continua...
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Super🥺
ResponderEliminarObrigada 😍
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